Image Map

8 de abril de 2016

Calchona

۞ ADM Sleipnir

Arte de Waldo Retamales

A Calchona (do mapudungun Kalcha: "mechuda" [pessoa com cabelos grandes e bagunçados]) é o nome de uma criatura mitológica pertencente a mitologia chilena. A versão mais popular do mito a descreve como uma criatura híbrida entre ovelha e mulher. Suas patas dianteiras, o seu rosto e os seus cabelos são de uma mulher, enquanto todo o resto é igual ao corpo de uma ovelha. Apesar de possuir rosto de mulher, a Calchona não é capaz de falar, mas bali como se fosse uma ovelha.

O termo calchona também era usado antigamente para descrever as mulheres acusadas de bruxaria, e por isso, existem também outras bruxas do folclore chileno que podem ser chamadas de calchona.

Existem várias histórias em torno da Calchona, porém a mais conhecida fala sobre uma bruxa que morava em um campo da zona central do Chile, e lá vivia com seu marido e seu casal de filhos pequenos. No entanto, sua família não sabia que ela praticava bruxaria. Em seu lar, ela escondia vários frascos que continham unguentos mágicos, que ao serem aplicados sobre uma pessoa, permitiam que ela se transformasse em um animal qualquer.

Arte de Pablo Durán

Todas as noites, a bruxa usava seus poderes para que seu marido e filhos não acordassem durante toda a noite, e por razões desconhecidas, ela posteriormente realizava o estranho rito de passar os unguentos mágicos em si própria para se transformar em uma grande ovelha negra e vagar pelos campos durante a madrugada. Ao voltar para casa, ela recobrava sua forma humana, após aplicar novamente os unguentos mágicos em si.

Certo dia, a bruxa acabou se esquecendo de realizar o feitiço para fazer sua família dormir, e devido a isso, seus filhos acabaram acordando no momento em que ela se trasnformava em ovelha. Ao ver a espantosa transformação de sua mãe e querendo imitá-la, eles esperaram ela sair e pegaram os unguentos mágicos. Ao passá-lo em seus corpos, os dois se transformaram em pequenas raposas. Realizada a transformação, os dois se deram conta que não sabiam como fazer para voltarem a ser meninos, e se puseram a chorar amargamente. Ao ouvir os seus prantos, seu pai acabou acordando, mas sua surpresa foi enorme ao não encontrar em casa a sua esposa e seus filhos; ao invés disso, viu somente àqueles pequenos animais.

Graças ao amor aos seus filhos e as histórias que ouvira sobre os unguentos que as bruxas usavam, ele logo imaginou que aqueles frascos pudessem conter algum tipo de ungüento mágico e que aquelas raposas eram possivelmente sua família. Assim, ele decidiu passar aqueles ungüentos nos raposas, as quais imediatamente se transformaram novamente em seus filhos. Eles logo trataram de contar ao pai que era sua mãe a dona dos unguentos. Assustado, e temendo que aquilo voltasse a acontecer, decidiu atirar todo o unguento nas águas de um rio e depois foi embora da casa junto com os filhos.

Arte de Pablo Durán

Posteriormente ao voltar para casa, a bruxa, ainda convertida em uma ovelha negra, se assustou ao ver que seu marido e filhos não estavam em casa e começou a procurar seus unguentos por toda a casa e seus arredores, encontrando somente os frascos quase vazios. Muito aflita, ela tratou de utilizar os restos de unguento para se transformar novamente em ser humano, porém o pouco unguento que restava nos frascos só permitiu que ela transformasse suas mãos, rosto e cabelos em partes humanas novamente. Assim, a bruxa acabou ficando para sempre convertida nesse animal mitológico.

Por isso, quando os camponeses ouvem o balir de uma ovelha que vaga sozinha pelos campos, eles sabem que se trata da mítica Calchona; e como tradição  deixam um prato com comida para que ela se alimente, já que se diz que a Calchona é totalmente inofensiva, e teria se arrependido de seus antigos atos de bruxaria.

Arte de Pablo Durán
PARTICIPE! Deixe seu comentário, elogio ou crítica nas publicações. Faça também sugestões. Sua interação é importante ajuda a manter o blog ativo! Siga o Portal dos Mitos no Youtube, TikTok e Instagram!

2 comentários:

  1. Realmente muito interessante esse mito, adorei.

    ResponderExcluir
  2. Conheci este blog recentemente e pretendo ler todos os artigos presente nele, pois eu sempre busquei sobre mitologias para escrever minha história, mas nunca encontrei um lugar para isso. Agradeço desde já

    ResponderExcluir



Seu comentário é muito importante e muito bem vindo, porém é necessário que evitem:

1) Xingamentos ou ofensas gratuitas ao autor e a outros comentaristas;
2)Comentários racistas, homofóbicos, xenófobos e similares;
3)Spam de conteúdo e divulgações não autorizadas;
4)Publicar referências e links para conteúdo pornográfico;
5)Comentários que nada tenham a ver com a postagem.

Comentários que inflijam um desses pontos estão sujeitos a exclusão.

De preferência, evite fazer comentários anônimos. Faça login com uma conta do Google, assim poderei responder seus comentários de forma mais apropriada, e de brinde você poderá entrar no ranking dos top comentaristas do blog.



Ruby